9 de junho de 2014

Equadouro

Equador usa reserva em ouro para cobrir déficit
 
Por • Valor Econômico
Por Fabio Murakawa | De São Paulo

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Foto: Arquivo
Ouro teve maior valorização entre os investimentos  

Com um déficit fiscal na casa dos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e pouco dinheiro em caixa, o Equador está usando o ouro de suas reservas para se financiar.
Segundo o Banco Central, o país está "investindo" US$ 580 milhões de suas reservas em ouro no banco Goldman Sachs, em troca de papéis que podem ser monetizados em uma semana. O Equador terá as cerca de 1.165 barras de ouro de volta no prazo de três anos, após o fim da operação, e a instituição calcula que isso renderá um lucro de US$ 16 milhões a US$ 20 milhões.
O volume representa cerca de 15% das reservas internacionais do país, hoje na casa de US$ 4 bilhões, e aproximadamente metade do ouro guardado no Banco Central.
Analistas, porém, afirmam que por trás do "investimento" está um problema de liquidez. O país, onde a economia é dolarizada, não tem autonomia para imprimir moeda a fim de financiar seu déficit.
As contas do país começaram a se deteriorar a partir do segundo semestre do ano passado, quando o governo teve de começar a fazer os primeiros desembolsos para um pacote de oito hidrelétricas que estão sendo construídas no país. Os gastos totais, na casa de US$ 4,5 bilhões, incluem o pagamento à hidrelétrica de Manduriacu, cujas obras estão a cargo da brasileira Odebrecht.
O presidente Rafael Correa e as autoridades monetárias do país já vinham alertando que 2014 e 2015 serão anos em que o governo terá menos recursos em caixa, por conta desses investimentos. A partir de 2016, quando algumas dessas centrais entrarem em operação, as contas externas devem melhorar, pois o país precisará importar menos energia.
No ano passado, o país petroleiro importou cerca de US$ 6 bilhões em combustíveis e lubrificantes.
A operação começou a emergir na semana passada, quando o BC reportou uma queda de US$ 605 milhões em suas reservas em ouro, com um crescimento de US$ 434 milhões em divisas.
O país está fora do mercado financeiro internacional desde 2009, quando deu um calote de US$ 3,2 bilhões em sua dívida externa. Mas o presidente Rafael Correa já anunciou que fará uma venda de títulos da ordem de US$ 700 milhões até o final do ano.
http://www.albino.adv.br/clp_internaNova.php?id=22344

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