Crise ucraniana é pretexto formal para expansão da OTAN para leste
A
Aliança Atlântica usa todos os pretextos, frequentemente artificiais,
para aproximar suas infraestruturas das fronteiras da Rússia. Tendo na
prática provocado uma guerra civil na Ucrânia, os norte-americanos
pretendem aproveitar o caos instalado para dar mais um passo firme.
Usando as táticas da guerra informativa, os EUA criam nos territórios
sob seu controle uma atmosfera de medo e ódio, na qual os argumentos da
razão cedem à pressão dos falsos testemunhos, dos fatos inventados e das
declarações provocatórias.
Com a crise da Ucrânia como
pano de fundo, na sede da OTAN preferem não falar de um futuro
alargamento. O secretário-geral da Aliança Anders Fogh Rasmussen apenas
prometeu vagamente aprofundar a cooperação militar com Kiev e realizar
exercícios conjuntos. A ambiguidade do secretário-geral é compreensível,
pois Kiev se encontra em estado de disputa territorial com Moscou e o
Tratado do Atlântico Norte recusa categoricamente a adesão de países com
esse tipo de problemas.
Uma situação semelhante se vive
na Geórgia. O conflito da Abkházia e da Ossétia do Sul reduz
vertiginosamente sua hipótese de entrar para a Aliança. Mas é evidente
que tanto a Geórgia, como a Ucrânia, são para a OTAN fatias bem
desejáveis, visto que são inclusão na esfera de influência do bloco
criaria um poderosíssimo fator de pressão diplomática e militar sobre a
Rússia.
Lá
onde a OTAN se sente à vontade, a Aliança dinamiza sua atividade. Essa
tendência não é de agora. Mas a crise ucraniana dinamizou o processo.
Começam os exercícios da OTAN no mar Báltico, a base aérea
norte-americana na Estônia está recebendo mais caças F-16 e a Lituânia
está aumentando seu orçamento militar para cobrir o aumento de despesas
com o aquartelamento de destacamentos suplementares de outros países da
Aliança.
A
OTAN reforça sua presença também no mar Negro. Durante o mês passado na
Romênia tiveram lugar várias manobras conjuntas com os
norte-americanos, uma série dos quais em polígonos perto da fronteira
com a Ucrânia. O cruzador norte-americano Ticonderoga chegou ao porto
romeno de Constanta. No início do ano, a OTAN transferiu oficialmente
para esta cidade as funções do Centro de Trânsito do Pentágono do
aeroporto de Manas, no Quirguistão.
Aliás, a população
do Quirguistão se sentiu muito aliviada porque os americanos deixaram de
si uma má memória. Durante os treze anos de funcionamento da base aérea
dos EUA em Manas, os habitantes locais enfrentaram casos de violência
direta por parte dos militares estrangeiros.
É
sintomático que os militares da OTAN recusam quase ostensivamente
respeitar as leis dos países que visitam logo que pisam seu solo. O
aumento do contingente militar da OTAN já trouxe novos problemas aos
habitantes de Letônia. Aivars Lembergs, o prefeito da pacata vila
portuária de Ventspils, referiu com tristeza que em dois dias os
militares da OTAN provocaram tantos incidentes quantos não ocorrem
durante o Dia da Cidade, quando Ventspils é visitada por dezenas de
milhares de pessoas.
Todos esses truques são apenas uma
pequena parte do panorama geral, mas eles permitem avaliar a situação
no seu todo. É muito importante perceber que o frenesim europeu da OTAN
não ameaça apenas a segurança da Rússia, mas a estabilidade
internacional no seu todo. Dito de uma forma direta, Washington está
brincando com o fogo e, além disso, envolve em seus jogos aqueles que,
por diversas razões, não podem resistir a suas pressões.
Para
satisfazer suas ambições políticas e geoestratégicas, é executada uma
prática dirigida à desestabilização da situação política em países
soberanos. Essa é uma estratégia muito perigosa que, mais tarde ou mais
cedo, poderá provocar uma catástrofe mundial.
http://portuguese.ruvr.ru/Três guardas de fronteira ucranianos feridos em tiroteio no distrito de Donetsk
“Às 14h15 (hora local), durante a deslocação de um
veículo ligeiro, desconhecidos efetuaram vários disparos com lançadores
de granadas de bocal contra o edifício do Destacamento de Fronteira de
Donetsk. Em resultado do ataque foram danificados edifícios de serviços e
três guardas receberam ferimentos ligeiros”, informa o comunicado.
Além
disso, os serviços de fronteira ucranianos informam que no sábado,
durante o dia, desconhecidos apresentaram um ultimato aos guardas do
posto de fronteira de Izvarino, distrito de Luhansk, exigindo a
deposição das armas até às 21h00 horas.
Piotr Poroshenko promete unir Ucrânia
No seu primeiro discurso na qualidade de presidente,
ele prometeu obter a paz e a unidade do país, mantendo sua integridade
territorial. Poroshenko sublinhou a manutenção do rumo a uma integração
europeia e manifestou a esperança de que a associação da Ucrânia com a
União Europeia será um passo para uma adesão de pleno direito do país à
União Europeia.
O novo presidente apresentou seu plano
para uma regulação pacífica do conflito no leste da Ucrânia, onde já há
quase dois meses prosseguem os confrontos entre as forças de segurança e
as milícias que defendem a independência da região. Ele prometeu uma
anistia aos participantes dos protestos que não tenham cometido crimes
graves, tendo sublinhado que não iria negociar com indivíduos armados.
Poroshenko
também garantiu a liberdade do uso da língua russa no leste do país e
prometeu criar as bases para o início de transformações econômicas no
Donbass.
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