Ucrânia: Região de Donetsk está à espera da federalização
Foto: RIA Novosti/Yuri Streltsov
Donetsk, capital da mais
importante região da Ucrânia, encontra-se à frente de protestos. Os
habitantes deste território pró-russo exigem um referendo sobre o
estatuto da região em condições de crescimento brusco de ânimos e ações
neonazistas.
Só a federalização pode deter hoje a desintegração da
Ucrânia. Mas as autoridades não legítimas em Kiev fazem-se de surdas em
relação a esta ideia razoável e pragmática.
Na atual
região de Donetsk vivem quase cinco milhões de pessoas, 75% das quais
consideram russo como língua natal. Esta é a mais importante região
industrial da Ucrânia, onde se encontram as maiores empresas mineiras,
metalomecânicas, metalúrgicas e químicas. Principalmente à conta desta
região vivem territórios ocidentais do país, cuja população, por mais
estranho que pareça, sente frequentemente despreza arrogante ou até ódio
em relação aos habitantes de Donbass. Os chamados verdadeiros patriotas
ucranianos consideram os habitantes da região de Donetsk “agentes da
Rússia” ou seja inimigos.
Infelizmente, seria em vão
buscar racionalidade nestas divagações. Lá onde reina a exaltação não
pode haver o bom senso. Mas, em certo grau, os nacionalistas ucranianos
têm razão: a população da região tem atração para a pátria histórica.
Isso é absolutamente evidente, porque este território entrou na
composição da República Socialista Soviética da Ucrânia só depois da
proclamação do poder soviético. Anteriormente, a região de Donetsk fazia
parte do Império Russo.
Vladimir Kornilov, perito em
assuntos políticos, considera que o leste da Ucrânia e, concretamente, a
região de Donetsk diferem muito, se não em tudo, da parte ocidental do
país:
“O mais triste para estadistas ucranianos de hoje é
o fato deles terem tentado explicar durante muito tempo as diferenças
entre os habitantes de Donbass e os habitantes da cidade vizinha de
Rostov-no-Don, que na realidade são muito parecidos. À primeira vista,
eles conseguiram explicar as diferenças. Mas agora, um habitante de
Donetsk, olhando para um habitante da Ucrânia ocidental, entende que
eles têm muito mais diferenças. São a língua, a religião, a
interpretação da história e dos seus heróis e a opção geopolítica. Há
duas Ucrânias diferentes que podem coexistir dificilmente no quadro de
um Estado unitário”.
A região de Donetsk está povoada
por pessoas fortes, acostumadas ao trabalho e a desfortúnios. Elas sabem
e podem tomar decisões e é por isso, provavelmente, que os protestos
ganharam aqui tal envergadura. Esta já é uma questão dos princípios, uma
questão da opção moral, da atitude para com os antepassados e o seu
futuro. A população russófona da região nunca irá aceitar Stepan Bandera
e Roman Shukhevich como heróis da Ucrânia. Para eles, são traidores e
verdugos, inclusive do povo ucraniano.
Contudo, a
Ucrânia ocidental avança para o leste com bandeiras com imagens destas,
digamos, personalidades históricas. O professor Alexander Danilov faz
lembrar de que foi formada a Ucrânia soviética:
“São
três ou até quatro territórios diferentes com sua história, tradições,
línguas e culturas independentes. A Ucrânia central é uma região, a
Ucrânia oriental, inclusive Donetsk, Zaporozhie, Carcóvia e Lugansk, é
outra e a Crimeia é terceira. Há a Ucrânia ocidental, mas podem ser
referidos ainda os rutenos,povo que há pouco entrou na composição do Estado ucraniano”.
Não
é segredo que em forma atual a Ucrânia existiu apenas durante 23 anos,
desde o momento da desintegração da URSS. Não se pode dizer que este foi
o melhor período na vida de dezenas de milhões de pessoas que habitam
aquele país. A gravíssima crise que deflagrou com a participação direta
do Ocidente e revelou todos os pontos doentios do atual Estado ucraniano
tem mostrado que ele é capaz de sobreviver só em condições da
organização federativa, quando forem concedidas amplas competências a
regiões. Mas Kiev não pode por enquanto entendê-lo.
Ministério do Interior daUcrânia se compromete a reprimir protestos no leste do país em dois dias
Arsen Avakov
Foto: RIA Novosti
Arsen Avakov
O ministro interino do Interior,
Arsen Avakov, disse hoje em uma reunião do gabinete de ministros
ucraniano em Kiev, que a crise do poder no leste do país será
regularizada em 48 horas.
Avakov salientou que a situação seria regularizada
através de negociação ou usando a força. "A qualquer momento podemos
efetuar tudo o que temos planejado", preconizou Avakov.
Os
ativistas pró-russos vêm realizando protestos em Lugansk, Carcóvia e
Donetsk. Eles reivindicam a realização dos referendos sobre o estatuto
das respectivas regiões. Unidades adicionais da polícia de choque,
originárias de outras partes do país, foram enviadas para essas cidades.
MRE da Rússia nega preparativos para invadir a Ucrânia
A Rússia não procede a atividades
militares não programadas na fronteira com a Ucrânia, lê-se em um
comentário disponibilizado no site do Ministério das Relações Exteriores
da Rússia.
Segundo o porta-voz da chancelaria russa, os EUA e a
Ucrânia não têm motivos para se preocuparem, já que a parte russa tem
declarado reiteradas vezes que não está efetuando no seu território,
perto da fronteira com a Ucrânia, quaisquer atividades militares
incomuns ou não programadas.
O MRE russo acrescentou que
as atividades rotineiras das tropas russas em seu território não
ameaçam a segurança dos EUA e outros países membros da OSCE.
Ucrânia anuncia suspensão de armazenamento de gás russo
Kiev decidiu suspender a recepção
do gás natural proveniente da Rússia até que seja regularizada a questão
de preços, avançou o ministro interino da Energia e Indústria de Carvão
da Ucrânia, Yuri Prodan.
Ele explicou que a decisão se deve ao fato de a parte
ucraniana não estar satisfeita com o nível de preços do gás,
estabecelido pela Gazprom a partir de 1º de abril.
Enquanto
isso, Prodan acrescentou que a Ucrânia iria negociar com a parte russa a
restituição do preço anterior, aplicado no primeiro trimestre de 2014.
As informações acima foram uma compilação do UND e vem via:
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