A bomba relógio da dívida dos Estados Unidos
Stephen
Moore
Desculpe, mas o problema que vou mostrar não dá para
ninguém culpar num dos dois grandes partidos dos EUA. Sim, o presidente Barack
Obama tornou o problema muito, muito pior, mas a verdade assustadora é que a dívida
nacional dos EUA continua aumentando implacavelmente não importa quem ou qual
partido esteja no governo dos EUA. Essa é a nova lei da política americana.
“Na Dívida Confiamos” |
Isto é $18.000.000.000.000. Todos sabemos que 18
milhões é muito dinheiro. Mas, nesse caso, é 18 milhões de dólares vezes outro
milhão. Esse número é tão gigantesco que não vamos compreendê-lo nem
conseguiremos compreendê-lo.
Muitos americanos dizem:
·
Por que se preocupar?
·
Devemos essa dívida para nós mesmos.
·
A poderosa economia americana é grande o suficiente
para absorver essa dívida.
·
Os EUA foram construídos em dívida.
·
Não existe melhor época para tomar emprestado do que quando
as taxas de juro são as mais baixas em 40 anos.
Algumas dessas afirmações têm alguma verdade. Com
certeza, os EUA têm uma economia de quase 18 trilhões de dólares, mas o
problema da dívida está aumentando mais do que a economia.
Só nos últimos sete anos — o último ano do governo de George
W. Bush e os primeiros seis anos do governo de Obama — a dívida aumentou cerca
de 7,4 trilhões de dólares — 10 vezes mais do que toda a dívida que os EUA
tiveram em seus primeiros 200 anos de história como nação.
Minha opinião é que a dívida que o governo faz nem
sempre é inerentemente má. A sabedoria de tomar emprestado depende do modo como
se usa o dinheiro:
·
Os EUA tomaram emprestados trilhões (no dólar de hoje)
para ganhar a 2ª Guerra Mundial. Com certeza valeu a pena.
·
Os EUA tomaram emprestado outros 1,8 trilhão de dólares
durante os anos Reagan para financiar medidas para ganhar a Guerra Fria e
reconstruir a economia privada com cortes de impostos, claramente beneficiando
gerações futuras, de modo que assumissem parte das despesas.
Mas
o que os EUA compraram com a maior parte de sua dívida nas últimas duas décadas
é um Estado assistencialista maior e mais expansivo. Quase metade dos lares
americanos, de acordo com a agência de recenseamento dos EUA, recebe ajuda
financeira do governo ou um benefício direto do governo hoje. Mais de um terço
dos lares americanos recebe algum tipo de benefício governamental sem
trabalhar.
Obama chamou essas políticas, que envolvem gastar e
tomar emprestado, de “estímulo.” Será mesmo?
O que é que as dívidas do governo de Obama mostram? O
escândalo Solyndra. Quarente e seis milhões
de bolsas-família. O colapso do sistema de saúde público de Obama. Etc.
Esta é uma das primeiras vezes na história americana (a
era pós-Guerra do Vietnã é outra) em que os EUA abriram as comportas de
empréstimos numa época em que o orçamento de suas forças armadas tem sido
cortado de forma drástica.
Eis a maior preocupação com uma dívida de 18 trilhões
de dólares: O que acontecerá se/quando as taxas de juros voltarem a subir?
Resposta: esse é o equivalente econômico da opção
nuclear.
Cada aumento de 1 ponto de percentagem faz com que o déficit
dos EUA aumente em mais que 1 trilhão de dólares durante 10 anos. Então um
aumento de ponto de base de 300 em índices — nada mais que uma volta à
normalidade — significaria cerca de 5 trilhões de dólares em déficits federais.
Se isso acontecer, os custos de manter a dívida
crescem astronomicamente e os pagamentos de juros se tornarão o maior item de despesa
no orçamento. Os americanos começam a pagar mais e mais impostos só para financiar os
empréstimos que tomaram no passado.
Foi isso o que aconteceu na cidade de Detroit; olhe o
resultado final: Detroit hoje é uma cidade falida.
Talvez essa bolha não vá estourar. Os americanos
precisam orar para que não estoure. Se estourar, o colapso imobiliário de 2008-2009
vai parecer piquenique em comparação.
Os políticos acham que estão trapaceando aqui, mas a
vasta maioria dos americanos sente que a economia está na direção errada em
grande parte por causa dessa bomba relógio de dívida.
Esse quadro explica por que as políticas de Barack
Obama foram totalmente destroçadas durante as eleições do Congresso dos EUA em
novembro passado. Uma grande nação não registra contas não pagas mês após mês,
ano após ano, década após década. O bom senso básico dos americanos lhes diz que
não dá para se manter no caminho da prosperidade à custa de empréstimos e
dívidas.
Oh, e os EUA continuam tomando emprestado um trilhão
de dólares por ano. Então, a dívida provavelmente atingirá 20 trilhões de
dólares em algum momento antes de 2018. Vai ser difícil os EUA terem dias
melhores.
*Stephen Moore é o principal economista da Fundação Heritage.
Traduzido por Julio Severo do
artigo da CBN News: The
United States of Debt: A Ticking Time Bomb
Fonte:
www.juliosevero.com
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