O fluxo de venezuelanos na Colômbia afetando o processo de paz das FARC: almirante dos EUA
Washington (AFP) - Um fluxo maciço de venezuelanos desesperados indo para a vizinha Colômbia está afetando a implementação de Bogotá de um acordo de paz histórico, informou o principal oficial militar dos EUA para a região nesta semana.
Em um acordo de 2016, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) de orientação comunista desarmaram seus 7.000 combatentes para se juntarem ao processo político e encerrarem a guerra civil de 50 anos do país.
O acordo também visa garantir que milhares de ex-combatentes sejam reintegrados à sociedade colombiana.
Mas de acordo com o almirante Kurt Tidd, que lidera o Comando Sul do Exército dos EUA, alguns desses fundos de reintegração estão sendo desviados para cuidar dos venezuelanos que fugiram do país atingido pela crise.
"Muitos dos recursos destinados à reintegração de ex-membros das FARC à sociedade tiveram que ser tratados pelos venezuelanos que fugiram da devastação econômica da Venezuela", disse Tidd a repórteres em um evento em Washington.
Ele disse que a maior preocupação com a Venezuela é a "enorme saída" de desesperados venezuelanos sem comida, remédios ou meios para se sustentar e o impacto nos países vizinhos.
"Já vimos dezenas de milhares no Peru. Já vimos dezenas de milhares no Brasil", disse Tidd, observando que "provavelmente" pelo menos um milhão de venezuelanos foram à Colômbia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em agosto que está ponderando uma série de cenários para a Venezuela - "incluindo uma possível opção militar, se necessário".
Mas Tidd não comentou quando perguntado se uma opção militar ajudaria a lidar com a situação.
"Agora vamos falar sobre cuidar do povo venezuelano e ajudar os países vizinhos a lidar com isso", disse ele.
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