9 de abril de 2019

Os planos contra a Venezuela de Maduro

Bolsonaro diz que o Brasil e os EUA se concentram em criar "fissura" dentro do exército venezuelano para destituir Maduro


RT | "O que você não pode fazer é continuar como você é."

9 de abril de 2019

O presidente conservador de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, não está fazendo segredo de seu plano para derrubar o presidente socialista  venezuelano Nicolas Maduro, dizendo em uma entrevista que ele e Washington depositam suas esperanças em um golpe militar instigado de fora.

Falando à Rádio Jovem Pan na segunda-feira, o líder brasileiro de direita, que nunca escondeu sua profunda animosidade em relação ao seu homólogo venezuelano, insinuou que, apesar de não intervir de imediato, tanto os EUA quanto o Brasil estão trabalhando nos bastidores para apresentar as bases. por uma revolta militar que derrubaria Maduro.

“É nossa intenção e dos americanos que há uma divisão no exército, porque são eles que ainda apóiam Maduro. São as forças armadas que decidem se um país vive em uma democracia ou em uma ditadura ”, disse Bolsonaro, acrescentando que não vê nenhum futuro para a Venezuela em seu estado atual.

"O que você não pode fazer é continuar como está", disse ele.

Os EUA, que foram os primeiros a reconhecer o autoproclamado "presidente interino" Juan Guaido como o legítimo representante do povo venezuelano, têm usado táticas de torcer o braço contra Caracas, sufocando a economia venezuelana com novas sanções debilitantes em uma tentativa de forçar Maduro a sair do poder. Autoridades norte-americanas, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmaram repetidamente que manteriam “todas as opções” na mesa, não descartando uma intervenção militar no país latino-americano.

Em uma entrevista na segunda-feira, Bolsonaro apareceu para dizer que ele poderia, sozinho, decidir se o Brasil precisa se unir a uma possível incursão militar liderada pelos EUA contra o governo de Maduro.

“O que o Brasil pode fazer? Suponha que haja uma invasão militar lá [dos Estados Unidos]. A decisão será minha, mas vou ouvir o Conselho de Defesa Nacional e depois o Parlamento ”, prometeu Bolsonaro.

Em fevereiro, o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, rejeitou categoricamente a possibilidade de o Brasil servir de palco para uma invasão norte-americana. Mourão argumentou que, para as tropas estrangeiras estacionadas no Brasil, Bolsonaro precisaria receber uma luz verde do Congresso Nacional, que atualmente está relutante em apoiar uma medida tão militarista.

Desde que chegou ao poder em janeiro, Bolsonaro, apelidado de "Trump Tropical" em casa, vem se aproximando dos EUA. Durante a recente viagem de Bolsonaro ao país, ele e Trump trocaram elogios e camisas de futebol, enquanto marcavam o nascimento de uma nascente "aliança conservadora".

Bolsonaro espelha a polêmica política de Trump no Oriente Médio, tendo feito avanços em direção a Israel. No final de março, o Brasil abriu um escritório comercial em Jerusalém, que foi referido como parte de uma embaixada. Falando na segunda-feira, Bolsonaro rotulou o relacionamento de seu país com Israel como "um casamento".

"É como um casamento: você namora, fica noiva, depois é casado, isso é em etapas", ao mesmo tempo em que ressalta que os Estados Unidos foram muito mais longe nesse caminho.

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