29 de abril de 2016

Venezuela

Nicolas Maduro permanece presidente.  Supremo Tribunal da Venezuela rejeita Emenda da oposição  pelo encurtamento do mandato presidencial não retroativo

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A Suprema Corte da Venezuela na segunda-feira afirmou que uma proposta de emenda constitucional da oposição pela redução do mandato presidencial de seis para quatro anos, não se aplicará ao atual presidente, Nicolas Maduro.

Na semana passada, o bloco majoritário de oposição na Assembleia Nacional aprovou, em primeira discussão uma emenda constitucional que iria encurtar mandatos de prefeito, governador e presidente de seis para quatro anos, e proibir mais de uma reeleição consecutiva.
No entanto, a alteração proposta gerou polêmica com uma cláusula especial, o que tornaria as mudanças retroativas, cortando o termo de curta Presidente Maduro 2013-2019 e desencadeando novas eleições deste ano.
Na sua última decisão divulgado segunda-feira, o Supremo Tribunal da Venezuela decidiu que o novo mandato presidencial encurtado não terá efeito no caso do atual chefe de Estado, citando o artigo 24 da "irretroatividade absoluta" da Constituição Bolivariana de todas as leis.
"Para aceitar a suposição [de retroatividade] constituiria uma violação inquestionável do exercício da soberania previsto no artigo 5º da Carta Magna, uma vez que equivaleria a uma rejeição da vontade do povo", o alto tribunal afirmou, referindo-se o fato de que o presidente Maduro foi democraticamente eleito para um mandato de seis anos em 2013.
Na sua revisão histórica de alterações passadas encurtamento mandatos presidenciais, o tribunal apontou para o precedente da 22ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos aprovou, em 1951, que estabeleceu um limite de dois mandatos para o mais alto cargo, mas explicitamente especificado que a nova restrição não aplicam-se a titular de cargo atual.
De acordo com a Suprema Corte, o esforço pela maioria parlamentar de direita de usar uma emenda constitucional para "cortar imediatamente  o exercício de um cargo eleito popularmente como o presidente" representa uma "fraude à Constituição".
O corpo judicial passou a notar que a Constituição contém "outros mecanismos para expressar a vontade popular", como um referendo.
No entanto, o alto tribunal confirmou as modificações propostas à constituição como "perfeitamente viável" no caso de mandatos presidenciais futuras, desde que a alteração seja aprovada por referendo nacional.
A decisão vem como um golpe para a coalizão de oposição de direita, o MUD, que tem liderado a emenda constitucional como parte de sua estratégia de quatro frentes para expulsar Maduro que, adicionalmente, inclui um referendo revogatório, uma assembleia constituinte para reescrever a constituição, como bem como mobilização de rua.
Presidente da Assembléia Nacional Henry Ramos Allup criticou a decisão, chamando de "bandidos" os juízes da Suprema Corte, acusando-os de "fraude constitucional" por não esperar pelo texto final da alteração antes de emitir um veredicto.
O legislador da oposição não respondeu ao conteúdo do veredicto.
Após a sua aprovação, em primeira discussão última quarta-feira, a alteração deve agora passar segunda e terceira discussão no Parlamento antes de ser sujeita a referendo.

A fonte original deste artigo é  Venezuelanalysis.com

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