Os palestinos dizem que a lei israelense levará à guerra religiosa
O Comitê Ministerial israelense de Legislação do Knesset aprovou hoje um projeto de lei que proíbe as instituições religiosas de usar amplificação ao ar livre.
Se o projeto proposto por Israel se tornar lei, as mesquitas serão forçadas a parar de usar sistemas de endereço público para chamar os muçulmanos à oração cinco vezes por dia, recorrendo apenas ao volume que pode ser alcançado pela voz humana não amplificada.
As chamadas geralmente duram vários minutos, a primeira soando cedo ao amanhecer e a última pouco antes do pôr-do-sol. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que apoia o projeto de lei, acredita que a prática perturba a paz e que é dever do governo proteger os cidadãos do ruído.
A liderança da Autoridade tem criticado duramente a iniciativa, afirmando que só incitará o conflito e que as consequências serão desastrosas para todos.
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, referiu-se à medida como "completamente inaceitável".
Rudeineh advertiu que a Autoridade Palestina irá recorrer ao Conselho de Segurança da ONU e pedir a todas as instituições internacionais apoio para "parar estas medidas escalonais israelenses". De acordo com Yousef Idais, o ministro da Autoridade Palestina de doações religiosas, o projeto visa transformar o conflito geopolítico israelense-palestino em uma guerra religiosa. "Este [projeto de lei] expressa racismo que vai além da política e mergulha na religião", disse ele, citado pelo Jerusalem Post, acrescentando que os palestinos estão determinados a se recusar a reconhecer a lei. "A aprovação deste projeto de lei não mudará a realidade religiosa, mas sim nos tornará mais comprometidos com nossos lugares sagrados e doações religiosas que expressam nossa identidade nacional e política", disse ele. Idais exortou a comunidade internacional e instituições religiosas em todo o mundo a proteger os locais sagrados em Jerusalém. Para tornar-se lei, o projeto de lei de alto-falante deve passar quatro leituras no Knesset, o parlamento israelense.
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