5 de março de 2022

Rumores sobre o plano para remover o assento permanente da Rússia no CSNU. Futuro da ONU?

 Por Lucas Leiroz de Almeida

Em meio à onda abusiva de sanções contra a Rússia devido à operação especial na Ucrânia, alguns rumores específicos chamaram a atenção de especialistas, sugerindo que há planos por parte dos estados ocidentais de simplesmente pressionar para remover o assento permanente da Rússia no Conselho de Segurança da ONU. Conselho (UNSC). Esse tipo de manobra ilegal é uma verdadeira tentativa de golpe e pode levar ao fim da ONU.

.

Aparentemente, está em curso um esforço para isolar diplomaticamente Moscou e até mesmo contestar o direito da Rússia a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, alegando que a Rússia assumiu a sede da antiga União Soviética em 1991 sem a devida autorização – o que na verdade nada mais é do que uma “justificativa” pública para promover tal manobra ilegal.

Atualmente, há relatos circulando em vários sites alegando que diplomatas ocidentais, principalmente americanos e britânicos, estão iniciando um trabalho de pesquisa para investigar se existe a possibilidade legal de remover a Rússia de sua posição no CSNU dentro dos atuais documentos internacionais. Obviamente, esse tipo de “pesquisa” é inútil e não há possibilidade de realizar tal manobra dentro dos limites do direito internacional público. Na prática, ao relatar que diplomatas estão investigando esse tipo de manobra, só é possível concluir que de alguma forma estão conspirando para dar um golpe contra Moscou nas Nações Unidas.

Essa ideia absolutamente absurda tornou-se um discurso comum na mídia ocidental recentemente. Isso se deve ao fato de o Ocidente ter ficado furioso com o veto russo à resolução americana contra a operação na Ucrânia, votada no CSNU na semana passada. Analistas políticos ocidentais começaram a dizer que era necessária uma “reforma administrativa” na ONU para impedir que “nações agressoras” vetassem sanções contra si mesmas. Pouco tempo depois, o presidente ucraniano Volodymyr Zelesnky , durante um de seus discursos online, afirmou que Kiev “exige” a remoção da Rússia do Conselho, fortalecendo o discurso ocidental.

Inesperadamente, os diplomatas parecem ter prestado atenção a essa ideia totalmente irreal sugerida por Zelensky e alguns analistas ideologicamente fanáticos, iniciando o plano atual, no qual funcionários ocidentais planejam formar um argumento legal sobre a “ilegitimidade” da presença russa no Conselho . Espera-se que em breve surja algum documento contendo várias distorções e interpretações arbitrárias das normas do direito internacional, apenas para justificar a ideia de remover a Rússia.

É questionável se os analistas e diplomatas envolvidos nesse tipo de manobra estão levando em conta todas as consequências dessa atitude. Este ato irresponsável, ilegal, rude e antidiplomático poderia simplesmente gerar a maior crise nas relações internacionais desde a Segunda Guerra Mundial, ameaçando diretamente a estabilidade da paz global.

A própria existência da ONU perderá o sentido sem a presença russa em seu Conselho de Segurança, considerando a importância militar e nuclear do país. Se isso acontecer, a atitude russa pode ser simplesmente abandonar a ONU, pois ela se tornará uma mera organização internacional pró-ocidente. A China certamente ficaria do lado russo nessa disputa, pois também teria seus interesses afetados pelo golpe no Conselho de Segurança. A Rússia e a China talvez formassem uma nova organização juntas. E isso seria o fim da ONU como reguladora da paz mundial. A ONU teria o mesmo fim de sua liga antecessora e isso é algo que todos querem evitar – exceto as autoridades ocidentais que estão planejando o golpe contra a Rússia.

Obviamente, é necessária uma reforma administrativa na ONU e até poucos dias atrás havia um consenso sobre a necessidade de ampliar as cadeiras permanentes do Conselho de Segurança, incluindo novos estados emergentes de relevância geopolítica, como Índia, Paquistão, Brasil, entre outros. Tentar reduzir o Conselho é absurdo considerando que o mundo está cada vez mais multipolar. Esta seria uma mera tentativa por parte da OTAN de realizar um golpe de estado global, mas em vez de controlar o mundo, apenas traria o fim da ONU.

É preciso que prevaleça o bom senso na ONU, para que um projeto tão ilógico seja prontamente rejeitado, para que a organização sobreviva. A tentativa de “cancelar” a Rússia não pode ir além dos limites do direito internacional. É essencial que as principais potências mundiais estejam no Conselho de Segurança e que as mais importantes tenham poder de veto para evitar que os interesses de um lado prevaleçam sobre os do outro. É esta estrutura que garante a paz mundial. É preciso aumentar os assentos permanentes, dando esse direito às novas potências mundiais, adaptando a estrutura da ONU ao mundo multipolar. Qualquer tentativa em contrário ameaça a própria existência da organização.

*

InfoBrics

Nenhum comentário: