ONU diz que pelo menos 110 mortos em suspeita de ataque de Boko Haram na Nigéria, onde muitas vítimas foram decapitadas
O número de mortos em um suposto ataque do Boko Haram a agricultores no nordeste da Nigéria no sábado chegou a pelo menos 110, disse um coordenador humanitário da ONU no país, pedindo aos perpetradores que sejam levados à justiça.
“Pelo menos 110 civis foram mortos sem piedade e muitos outros ficaram feridos neste ataque”, disse Edward Kallon, coordenador humanitário da ONU na Nigéria, em um comunicado.
Um grupo de homens armados em motocicletas emboscou os fazendeiros enquanto eles iam aos campos de arroz para fazer a colheita no sábado. Os corpos de 43 agricultores foram recuperados após o massacre, com cerca de 30 deles sendo decapitados. As forças de segurança têm revistado a área em busca de desaparecidos.
O incidente foi o “ataque direto mais violento contra civis inocentes” no país em 2020, destacou Kallon. Os autores deste ato “hediondo e sem sentido” devem ser levados à justiça, acrescentou.
A cerimônia do enterro das 43 vítimas aconteceu na vila de Zabarmari no domingo, com a presença de centenas de pessoas em luto e do governador do estado de Borno, Babagana Zulum.
“Várias mulheres” também foram sequestradas pelos militantes, com Kallon pedindo sua libertação rápida e segura.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas as táticas dos insurgentes se assemelham às usadas pelo Boko Haram, afiliado ao Estado Islâmico, responsável por milhares de mortes de civis na Nigéria na última década.
Os corpos foram embrulhados em mortalhas brancas e colocados em estrados de madeira enquanto os sacerdotes oravam pelos mortos.
“Por um lado, ficam em casa, podem ser mortos pela fome e pela inanição, por outro, vão para as suas machambas e correm o risco de serem mortos pelos rebeldes”, destacou.
Durante seu discurso, Zulum pediu ao governo federal que recrutasse mais pessoal de segurança para proteger os agricultores locais, que se encontravam “em uma situação muito difícil”.
Recentemente, houve uma forte alta nos preços dos alimentos na Nigéria, causada por enchentes, fechamento de fronteiras e atividades de militantes em áreas agrícolas.
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