27 de fevereiro de 2018

Turquia se prepara para nova ofensiva em Afrin na Síria

Turquia emprega forças especiais para Afrin, Síria, na "preparação para uma nova luta"

Ancara enviou unidades de forças especiais da polícia para a região de Afrin, no norte da Síria, em antecipação a uma nova fase de sua campanha contra as milícias curdas. Também diz que o cessar-fogo apoiado pela ONU não afeta sua operação.
As unidades das forças especiais cruzaram para o território sírio das províncias turcas do sul de Kilis e Hatay, informou a mídia local. Espera-se que as novas forças mantenham as aldeias tomadas pelas tropas turcas das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), bem como para participar do combate urbano, já que a Operação Olive Branch, da Turquia, aparentemente se move do campo para os principais assentamentos.
Mesmo que a operação turca tenha entrado na sexta semana, a maioria das cidades maiores no enclave curdo, incluindo a cidade de Afrin, permanecem nas mãos do YPG. Ainda assim, as forças turcas dirigiram as milícias curdas de todas as áreas que fazem fronteira com a Turquia, relatório da mídia local. Em 20 de fevereiro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que as tropas sitiariam Afrin "nos próximos dias". "O destacamento de forças especiais faz parte da preparação para uma nova luta que está se aproximando", disse o vice-primeiro ministro Bekir Bozdag ao turco NTV. "A luta vai mudar para lugares onde há civis, como a área (de luta) estreita", disse ele, acrescentando que as unidades das forças especiais têm experiência em combater militantes em áreas residenciais.
A Operação Olive Branch continuará apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que prevê um cessar-fogo nacional de 30 dias na Síria. A resolução, aprovada por unanimidade pelo conselho de segurança no sábado, diz que o cessar-fogo não se aplica ao Estado islâmico (IS, anteriormente ISIS), Al-Nusra ou a qualquer outra organização terrorista.
Ancara acredita que esta isenção se aplica às milícias curdas também. "Quando olhamos para a resolução do Conselho de Segurança da ONU, vemos que a luta contra as organizações terroristas está fora do seu alcance. Portanto, isso não afetará a operação em curso da Turquia ", disse Bozdag, citado pela agência de notícias Anadolu.

O exército turco iniciou sua operação contra o YPG, uma milícia liderada por curdos, como considera uma ala do PKK, um movimento armado que Ankara considera terrorista. O YPG, que controla vários enclaves no norte da Síria, incluindo Afrin, assegurou os territórios dos rebeldes islâmicos e outros grupos extremistas ao longo do conflito sírio com o apoio da coalizão liderada pelos EUA.
O número de "terroristas" que foram "neutralizados" ao longo da operação chegou a 2.059, informou a equipe geral turca na segunda-feira. Ankara também insiste que a ofensiva é exclusivamente destinada a erradicar os terroristas, negando alegações de que atingiu civis.
A operação turca também aumenta as tensões entre Ancara e Damasco. O governo sírio repetidamente condenou a operação como uma violação da soberania do país e acusou Ancara de "agressão" contra o povo sírio. Damasco também enviou milícias para Afrin para reforçar os locais na sua resistência contra o ataque turco.
Esta informação foi contestada por Ankara, que disse que as forças sírias foram impedidas de entrar na região. Erdogan também advertiu que as novas milícias "pagariam um preço pesado".

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