Erdogan: presença dos EUA em Manbij na Síria é dirigida contra a Turquia, Rússia, Irã
6 de fevereiro de 2018
Em janeiro, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que Ankara não limitaria suas medidas cautelares contra os combatentes curdos à Afrin, da Síria, mas poderia se mudar para Manbij, onde os EUA trouxeram cerca de 2.000 militares.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que os Estados Unidos deveriam deixar Manabij da Síria na província de Aleppo, já que Ankara planeja devolvê-lo "aos seus verdadeiros proprietários". Ele também acrescentou que Washginton tinha "cálculos contra a Turquia, o Irã e talvez a Rússia" na Síria, alegando que a presença militar dos EUA ali foi dirigida contra os países acima mencionados após a derrota de Daesh (ISIS).
"Se os Estados Unidos afirmam que estão enviando 5.000 caminhões e 2.000 aviões de carga com armas para a luta contra o Daesh (Estado islâmico), não acreditamos nisso. Isso significa que você tem cálculos contra a Turquia e o Irã, e talvez a Rússia ", disse Erdogan aos membros do seu partido AK no Parlamento.
Em 5 de fevereiro, o Pentágono anunciou que não tinha visto indícios de que a Turquia planejasse prolongar sua operação a Manbij, o que contradiz as declarações anteriores dos funcionários turcos. Tanto Cavusoglu quanto Erdogan enfatizaram que as forças turcas limpariam completamente a região dos terroristas, começando por Manbij e por toda a fronteira Turquia-Síria.
No início do dia, imagens que mostravam um convoy militar turco que chegava ao sul de Aleppo, mais perto da fortaleza da organização terrorista Tahrir al-Sham, apareceu na web. Entre os 50 veículos, havia veículos blindados de transporte de pessoal (APCs), petroleiros, veículos protegidos contra emboscadas mini-resistentes (MRAPs) e caminhões militares.
A Turquia tem conduzido uma operação militar, codinomeada "Olive Branch", em Afrin contra combatentes curdos desde 20 de janeiro em resposta ao anúncio dos EUA de treinar uma força de segurança da fronteira de 30.000 soldados na Síria, que Ankara demitiu como um "exército terrorista". Afrin é controlado pelas Unidades de Proteção do Povo apoiadas pelos EUA (YPG), que a Turquia considera afiliada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado por Ankara como uma organização terrorista.
O governo da Síria condenou firmemente a operação militar, chamando-a de uma violação da soberania do país, enquanto a Turquia enfatizou que a ofensiva não era dirigida contra o próprio governo, mas visava "apenas terroristas".
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