29 de março de 2014

Romênia teme expansão russa

Presidente romeno teme “apetite” de Putin

Romência, presidente, Traian Basescu

O presidente romeno Traian Basescu declarou que “Putin olha com grande apetite” para a foz do Danúbio no mar Negro e que a “imprevisibilidade” da Rússia pode significar que em breve o distrito de Odessa, a Transnístria e parte da Ucrânia Oriental ficarão sob controle da Rússia.

Das declarações do líder romeno se torna evidente que ele se prepara para uma situação em que a Rússia e a Romênia irão ter uma fronteira comum ao longo do Danúbio.
Basescu recordou que em 2005 ele tinha acusado Vladimir Putin de este ver o mar Negro como “um lago da Rússia” e que os recentes acontecimentos da Crimeia demonstram a veracidade dessas acusações. Agora Basescu ordenou ao Ministério da Defesa e ao estado-maior do exército romeno que realizem com urgência uma análise da situação operacional e “elaborem uma reação de resposta”.
Ao discursar perante os líderes militares no dia 28 de março, Basescu declarou:
“É perfeitamente claro que à Geórgia em 2008 se seguiu a Ucrânia em 2014 e que cada político, cada militar, se deve questionar: o que se seguirá? Poderá ser a Transnístria e a República da Moldávia, ou as regiões do sul da Ucrânia, desde a Crimeia e até Odessa, ou até ao delta do Danúbio? Isso são questões que cada um pode colocar nas atuais condições de ausência total de garantias firmes por parte da Federação Russa”.
Basescu não esclareceu como ele pensa reagir às ações da Rússia na Ucrânia por ele previstas, mas as autoridades romenas já apelaram a OTAN para que esta reforce sua presença na Europa Oriental. Por outro lado, o presidente avisou as autoridades moldavas que, em caso de uma “agressão militar” por parte da Federação Russa, a Romênia não irá intervir militarmente, contudo a imprensa regional romena das regiões fronteiriças informa que as autoridades locais receberam instruções urgentes para a preparação de planos e orçamentos para uma mobilização.
Partindo das declarações caóticas, inconsequentes e periodicamente bastante agressivas da liderança romena, podemos concluir que o perigo principal para a Romênia consiste não nos míticos “apetites territoriais” da Rússia, mas no próprio presidente Basescu.

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