30 de setembro de 2017

Preparando-se para o pior

Por que chegou o tempo para se preparar para o pior com Coreia do Norte?

Líder norte-coreano Kim Jong-un observa teste de um míssil
O fracasso é uma opção, especialmente quando se trata da política dos EUA sobre a Coreia do Norte, expressa o The National Interest.
De acordo com o autor do artigo publicado no The National Interest, Matthew Costlow, os EUA perderam décadas tentando desnuclearizar e pacificar o regime de Kim Jong-un, mas, entretanto, os EUA continuam provocando a Coreia do Norte com sanções e ameaças.
Os fracassos anteriores dos EUA na política de dissuasão e na diplomacia levaram a dezenas de mortos e à perda de milhões de dólares. Os fracassos do futuro podem levar à morte de milhares de pessoas e perdas de trilhões de dólares, opina Costlow. Por isso, de acordo com ele, as autoridades dos EUA devem preparar-se para o fracasso.
A dificuldade da dissuasão é que ela não funciona da mesma forma universalmente, devido às diferenças dos valores culturais que cada líder possui. Para demonstrar isso, os psicólogos mostraram as mesmas imagens para cidadãos da Ásia Oriental e ocidentais. Os dois grupos de interrogados, que observaram as mesmas imagens, deram respostas bem diferentes respondendo às questões de psicólogos.
A mesma dinâmica, de acordo com o autor, parece existir na península de Coreia. Há pouco tempo, os EUA decidiram não utilizar seus bombardeiros nos exercícios com a Coreia do Sul para mostrar à Coreia do Norte a sua vontade de desescalar a situação. Mas depois disso a Coreia do Norte testou a sua maior arma nuclear. De acordo com o comandante das Forças dos EUA na Coreia do Sul, Vincent Brooks, "aparentemente as alterações nos exercícios não tiveram efeito". Ambas as partes observaram a mesma imagem, mas as respostas foram diferentes.


De fato, há uma forte evidência que os líderes norte-coreanos possuem valores culturais radicalmente diferentes dos EUA. Os países do Sudeste Asiático, e em particular a Coreia do Norte, avaliam grandemente a honra e estão dispostos a muito para defendê-la.

Tomando em consideração o fracasso possível da política de dissuasão e da diplomacia, de acordo com Costlow, os EUA devem tomar medidas políticas e militares para diminuir os efeitos do fracasso.
Assim, de acordo com ele, os EUA devem ter capacidade de interceptar quaisquer mísseis nucleares norte-coreanos. Isso, por sua vez, significa que o Congresso deve gastar mais no desenvolvimento dos sistemas de defesa antimíssil, reforçar o desenvolvimento tecnológico conjunto com o Japão e melhorar a capacidade de detecção dos seus radares e satélites.
Soldados da Força de Autodefesa do Japão perto do sistema de defesa antimíssil Patriot, Tóquio, Japão
© AFP 2017/ YOSHIKAZU TSUNO
Soldados da Força de Autodefesa do Japão perto do sistema de defesa antimíssil Patriot, Tóquio, Japão
Se a diplomacia fracassar, finaliza ele, os EUA devem alargar as sanções, abrangendo qualquer país que apoie economicamente a Coreia do Norte. Além do mais, os EUA devem apoiar o maior uso de missões de interdição marítima no âmbito da Iniciativa de Segurança contra a Proliferação e exortar os países que não são parte dela à cooperação no âmbito da segurança.
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Coreia do Norte: 'Se os EUA atacarem, faremos com que paguem com todo nosso poder nuclear'


Kim Jong-un observa o lançamento de um míssil balísticoPyongyang defenderá a todo custo o seu território em caso de qualquer ação agressiva dos Estados Unidos, disse o embaixador da Coreia do Norte na Rússia, Kim Yong-jae, durante uma conferência pela paz na península coreana, realizada em Moscou.

"As recentes declarações de Donald Trump sobre a destruição completa da Coreia do Norte revelaram o verdadeiro grau de hostilidade sem precedentes que a política dos EUA alcançou para toda a comunidade internacional", disse o diplomata, referindo-se ao recente discurso do presidente dos EUA na Assembleia Geral da ONU.
"Se os EUA empreenderem ações agressivas, que ameacem a existência do nosso povo, a nossa República recorrerá — como disse o nosso líder supremo, Kim Jong-un — ao poderoso arsenal nuclear para fazer os EUA pagarem completamente o preço de suas ações", disse o embaixador neste sábado.

Por outro lado, Kim Yong-jae não enxerga perspectivas de reduzir as tensões entre Pyongyang e Seul. O embaixador disse que, embora o novo governo sul-coreano tenha iniciado negociações diplomáticas com a Coreia do Norte, a credibilidade de Seul foi abalada em função de suas "políticas de confronto e de divisão".
No entanto, evitar a guerra e manter a paz continuam sendo "as tarefas mais urgentes na península coreana", disse o diplomata, cuja intervenção ocorreu à margem de uma reunião a portas fechadas entre altos diplomatas norte-coreanos e russos para buscar soluções pacíficas para a situação na região.
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