18 de dezembro de 2018

Guerra Fria 2.0: Venezuela a Nova Cuba da Rússia

Mídia alemã já vê que a Venezuela pode se tornar a Nova Cuba da Rússia no quintal dos EUA


Soldiers march during a military parade commemorating the 20th anniversary of the failed coup attempt by President Hugo Chavez in Caracas, VenezuelaA chegada de bombardeiros estratégicos russos Tu-160 à Venezuela provocou reações negativas de algumas autoridades dos EUA, embora os aviões não tivessem armamentos nucleares e já tivessem visitado o país no passado.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine alegou que a perturbação nos círculos do governo dos EUA, que foi incitada pela visita dos russos Tu-160 à Venezuela, é causada pelo fato de que, enquanto a pressão dos EUA sobre a região enfraquece, especialmente na própria Venezuela, a Rússia continuando a consolidar com sucesso suas posições no país latino-americano. O jornal chegou a sugerir que a Venezuela se torna uma "nova Cuba no quintal dos EUA" para a Rússia.

Outro ponto de cooperação entre os dois estados é a esfera militar. O jornal destacou que, depois que os EUA pararam de fornecer armas a Caracas e Israel interrompeu o envio de peças de reposição para os F-16, Moscou interveio para preencher esse vazio. A Rússia e a Venezuela assinaram vários bilhões de contratos com equipamentos militares e, no futuro próximo, o país começará a produzir fuzis Kalashnikov em seu território. Frankfurter Allgemeine destacou que nos últimos anos a Rússia investiu pesadamente no setor de energia venezuelano, economizando-o, da estagnação devido ao envelhecimento dos equipamentos e à falta de novos locais de perfuração. Moscou também está entre os poucos estados que ainda dão novos créditos a Caracas, reestruturando e cancelando empréstimos antigos, enquanto o país luta para lidar com sua enorme dívida. Durante a última visita do presidente venezuelano Nicolas Maduro a Moscou, a Rússia prometeu mais US $ 6 bilhões em investimentos no futuro próximo.

De acordo com Frankfurter Allgemeine, a ajuda russa não só permitiu que a Venezuela se mantivesse financeiramente, mas também fortaleceu seu exército, que se torna um dos mais fortes da região. O último é especialmente importante, pois no ano passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou que Washington não exclui uma opção militar como meio de resolver seu confronto com Caracas.

O jornal alemão argumenta que a Rússia tem que proteger seus investimentos na Venezuela e, portanto, enviou seus bombardeiros estratégicos para patrulhar o Mar do Caribe para enviar aos EUA uma mensagem de que Caracas "não está mais sozinha". O meio de comunicação não explica por que os Tu-160s russos voltaram para casa em menos de uma semana.

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