Chefe da ONU vê confrontos Turquia-Síria como ameaça à paz e segurança
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, participa de uma coletiva de imprensa após a cúpula da Líbia em Berlim, Alemanha, em 19 de janeiro de 2020. [Foto / agências]
NAÇÕES UNIDAS - O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, está "muito alarmado" com relatos de confrontos entre tropas turcas e sírias no noroeste da Síria, vistos como "uma ameaça à paz e segurança regional e internacional", disse seu porta-voz Stephane Dujarric na segunda-feira.
Guterres pediu o fim imediato das hostilidades, disse o porta-voz.
Dujarric foi questionado em um briefing regular sobre um confronto direto no noroeste da Síria entre as forças nas quais oito soldados turcos foram mortos e um número não especificado de soldados sírios feridos.
"Estamos muito alarmados com os relatórios que vimos de confrontos entre tropas do governo sírio e forças turcas no noroeste da Síria", disse Dujarric. "Essa escalada ressalta mais uma vez a ameaça à paz e segurança regional e internacional causada pelo conflito em curso na Síria."
"Também continuamos profundamente preocupados com os contínuos relatos de baixas de civis e o deslocamento em larga escala de civis, resultante da atual ofensiva do governo sírio dentro da zona de descalcificação de Idlib", acrescentou o porta-voz. "O secretário-geral afirma mais uma vez que nenhum ataque a civis ou infraestrutura civil deve ocorrer".
Quanto ao que a organização mundial está fazendo com os confrontos entre os dois vizinhos, ele disse que contatos diplomáticos estão sendo realizados em vários níveis para transmitir a mensagem pública e privada para a necessidade de diminuir a escala.
Dujarric disse que a ONU está alarmada com a segurança de mais de 3 milhões de civis em Idlib e arredores, mais da metade dos quais são deslocados internamente, após relatos de ataques aéreos e bombardeios.
Entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro, havia pelo menos 25 comunidades afetadas pelo bombardeio de artilharia, enquanto 47 comunidades teriam sido impactadas por ataques aéreos, disse ele.
Além disso, o porta-voz disse que havia mais de 500.000 pessoas deslocadas devido às hostilidades desde dezembro de 2019. Cerca de 80% delas são mulheres e crianças.
Ele também lembrou os relatórios da Organização Mundial da Saúde de que pelo menos 53 unidades de saúde suspenderam os serviços no mês passado devido à insegurança e ameaças de ataques, ou porque as áreas foram abandonadas por civis que fogem da violência.
Dujarric disse que, no fim de semana, o secretário-geral lembrou que as operações militares de todas as partes, incluindo ações contra e por grupos terroristas designados, devem respeitar as regras e obrigações do Direito Internacional Humanitário, que inclui a proteção de civis e infraestrutura civil.
O secretário-geral reiterou que não há solução militar para o conflito sírio e que o único caminho para a estabilidade é uma solução política credível e inclusiva, facilitada pela ONU, conforme estabelecido no Conselho de Segurança.
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