Turquia continuará apoiando GNA da Líbia, mesmo que al-Sarraj saia
Autoridades turcas irão a Trípoli "nos próximos dias" para conversas após o chefe da GNA anunciar que planeja deixar o cargo.
A Turquia continuará a apoiar o governo internacionalmente reconhecido da Líbia, apesar do primeiro-ministro Fayez al-Sarraj ter anunciado na semana passada que planejava deixar o cargo até o final do mês que vem, de acordo com o porta-voz do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Ibrahim Kalin disse na segunda-feira que o apoio turco ao Governo de Acordo Nacional (GNA) com sede em Trípoli e seus acordos bilaterais, que incluem um pacto de segurança e um acordo de demarcação marítima assinado no ano passado, vai continuar.
“Esses acordos não serão afetados por este período político porque essas são decisões tomadas pelo governo, não por qualquer indivíduo”, disse Kalin à Agência de Notícias Demiroren.
No final do ano passado, Ancara chegou a um acordo com a GNA que afirma conceder à Turquia direitos de perfuração em um corredor do Mediterrâneo Oriental - grande parte deles dentro da jurisdição marítima que a Grécia também afirma. Grécia, Chipre e outros atores regionais denunciaram o acordo turco-líbio como “ilegal”, o que a Turquia nega.
Kalin disse que as autoridades turcas viajariam para Trípoli "nos próximos dias" para discutir os acontecimentos na esteira do anúncio de al-Sarraj.
Erdogan também havia insinuado as próximas conversas ao expressar pesar pela intenção declarada de seu aliado de entregar o poder no final de outubro.
“Tal acontecimento, receber este tipo de notícia depois, foi obviamente triste para nós”, disse Erdogan na sexta-feira.
“Também transmitimos algumas novidades a ele”, acrescentou. “Com essas reuniões, se Deus quiser, podemos levar essa questão na direção que deve ser”, continuou Erdogan, sem dar mais detalhes.
Desde 2014, a Líbia, rica em petróleo, está dividida entre potências rivais baseadas no oeste e no leste, em uma guerra às vezes caótica que atraiu potências externas e uma enxurrada de armas e mercenários estrangeiros.
Al-Sarraj lidera a GNA desde sua formação no final de 2015, como resultado de um acordo político mediado pelas Nações Unidas que visa unir e estabilizar a Líbia após a turbulência que se seguiu à queda do antigo líder Muammar Gaddafi em 2011.
O apoio militar turco à GNA em junho permitiu que ela repelisse uma ofensiva de 14 meses por forças leais ao comandante renegado Khalifa Haftar, que é apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, Egito e Rússia.
A GNA declarou um cessar-fogo no mês passado e pediu o levantamento do bloqueio de meses à produção de petróleo. O líder de um parlamento rival no leste da Líbia também apelou pelo fim das hostilidades, oferecendo esperança para uma desaceleração do conflito na Líbia desde a revolta de 2011.
Haftar rejeitou as chamadas, mas disse na sexta-feira que suspenderia por um mês seu bloqueio à produção de petróleo e que havia concordado com a GNA sobre a "distribuição justa" da receita de energia.
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