O Irã rejeita novos participantes, qualquer negociação sobre acordo nuclear
O novo governo do presidente Joe Biden disse que retornará ao acordo, mas somente depois que Teerã retomar o cumprimento integral de seus termos.
FOTO DO ARQUIVO: Membros da mídia e funcionários visitam o reator nuclear de água em Arak, Irã, 23 de dezembro de 2019. WANA (West Asia News Agency) via REUTERS
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O Ministério das Relações Exteriores do Irã rejeitou no sábado quaisquer novas negociações ou mudanças nos participantes do acordo nuclear de Teerã com potências mundiais, depois que o presidente francês Emmanuel Macron disse que quaisquer novas negociações deveriam incluir a Arábia Saudita.
"O acordo nuclear é um acordo internacional multilateral ratificado pela Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que não é negociável e as partes dele são claras e imutáveis", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, citado pela mídia estatal.
O Irã começou a violar os limites do acordo sobre a atividade de enriquecimento de urânio depois que Washington se retirou do pacto em 2018, sob o governo do então presidente Donald Trump, e voltou a impor sanções econômicas a Teerã.
O novo governo do presidente Joe Biden disse que retornará ao acordo, mas somente depois que Teerã retomar o cumprimento integral de seus termos.
A Arábia Saudita e seu aliado, os Emirados Árabes Unidos, disseram que os países do Golfo Árabe deveriam estar envolvidos desta vez em qualquer negociação, que eles dizem também deve abordar o programa de mísseis balísticos do Irã e seu apoio a representantes em todo o Oriente Médio.
Em seus comentários na sexta-feira, citados pela televisão Al Arabiya, Macron destacou a necessidade de evitar o que chamou de erro de excluir outros países da região quando o acordo de 2015 foi negociado.
A Arábia Saudita, que está travando várias guerras por procuração na região com Teerã, incluindo no Iêmen, apoiou a campanha de "pressão máxima" de Trump contra o Irã.
Macron disse que quaisquer novas negociações sobre o acordo nuclear com o Irã serão muito "estritas" e que resta muito pouco tempo para evitar que Teerã tenha uma arma nuclear.
Khatibzadeh disse que Macron deveria "mostrar autocontenção".
"Se as autoridades francesas estão preocupadas com suas enormes vendas de armas para os países árabes do Golfo Pérsico, é melhor reconsiderar suas políticas", disse Khatibzadeh. "As armas francesas, junto com outras armas ocidentais, não só causam o massacre de milhares de iemenitas, mas também são a principal causa da instabilidade regional."
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