10 de novembro de 2017

O.Médio

Arábia Saudita, aliados regionais alertam cidadãos sobre o Líbano


Por Tamara Qiblawi e Sarah Sirgany, CNN


Atualizado 4:36 AM ET, Sex 10 de novembro de 2017

Beirute, Líbano (CNN), a Arábia Saudita e os aliados do Golfo do Kuwait e os Emirados Árabes Unidos, ordenaram que seus cidadãos saíssem do Líbano e evitassem viajar para lá enquanto as tensões no Oriente Médio atingirão um passo de explosão.

"Devido à situação volátil atual no Líbano, o reino pediu aos seus cidadãos, sejam eles visitantes ou residentes, deixar o Líbano o mais rápido possível. Também recomendamos que os cidadãos não viajem para o Líbano de qualquer destino internacional", disse o Ministério das Relações Exteriores da Saudia Arábica em um comunicado na quinta-feira.
O desenvolvimento vem depois que a Arábia Saudita acusou o Líbano de declarar a guerra no reino no início desta semana, citando a presença de membros do Hezbollah apoiados pelo Irã no seu governo. Um funcionário saudita disse que o Hezbollah cometeu "atos de agressão" contra Riad.
Horas depois que a Arábia Saudita começou a pedir aos cidadãos que saíssem do Líbano, o Ministério das Relações Exteriores do Kuwait divulgou uma declaração similar. A agência oficial de notícias do Kuwait informou que o país está seguindo os passos da Arábia Saudita ao recomendar que cidadãos deixem o Líbano e impedem de viajar para o país.
Kuwait creditou "circunstâncias experimentadas pelo Líbano no momento", como o motivo pelo qual seu governo estava aconselhando os cidadãos do Kuwait a deixar o Líbano o mais rápido possível.

Além disso, os Emirados Árabes Unidos reiteraram conselhos aos seus cidadãos para não viajarem para o Líbano.
Emiratis não deve "viajar para o Líbano dos Emirados Árabes Unidos ou de qualquer outro destino", disse o Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira, de acordo com a agência oficial de notícias WAM.
A proibição de viajar nos Emirados Árabes Unidos está em vigor desde fevereiro de 2016 devido à situação de segurança no Líbano. Naquela época, os Emirados Árabes Unidos seguiram a proibição de viagem da Arábia Saudita que fazia parte de uma crise política que viu o Reino reduzir o financiamento ao exército libanês.

Incerteza política


No sábado, o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, renunciou inesperadamente a um endereço televisivo da capital saudita, criando um vácuo político em um país já politicamente fraturado.
No discurso de demissão, Hariri acusou o Irã de intrometer-se na região, causando "devastação e caos".
Em entrevista à Becky Anderson, da CNN, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, disse que um ataque de mísseis balísticos interceptado em Riade na semana passada foi um "míssil iraniano lançado pelo Hezbollah do território ocupado pelos Houthis no Iêmen". O Irã negou que estava por trás do ataque com mísseis.
Arábia Saudita e Irã estão sob a força de uma guerra de procuração.
"Nós vemos isso como um ato de guerra", disse Jubeir. "O Irã não pode lançar mísseis em cidades e cidades sauditas e esperar que não tomemos medidas", acrescentou, citando o artigo 51 da Carta da ONU, que afirma que uma nação pode retaliar em defesa própria contra um ataque armado.
Esta não é a primeira vez que a Arábia Saudita pediu a seus cidadãos que saem do Líbano, mas no passado afirmou que as advertências de viagem eram para a segurança de seus cidadãos. A Arábia Saudita não afirmou por que emitiu este pedido.


Alaa Elassar da CNN contribuiu para esta história.

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