John McCain: “os ditadores começam” com o fim da liberdade de imprensa
John McCain saiu em defesa dos órgãos de comunicação norte-americanos, afirmando, numa entrevista à NCB este sábado, que a liberdade de imprensa é essencial e necessária para a “ordem global”. “Uma parte fundamental da nova ordem global foi a liberdade de imprensa. Odeio a imprensa. Odeio-vos a vocês especialmente”, brincou, acrescentando logo de seguida que, “a verdade, é que precisamos de vocês”.
Para o senador republicano, que participou durante o fim de semana na Conferência de Segurança de Munique, “se queremos preservar a democracia como a conhecemos, temos de ter uma imprensa livre e, às vezes, adversária”. “Sem ela, temo que percamos muitas das nossas liberdades individuais ao longo do tempo. É assim que os ditadores começam“, disse explicando que uma das primeiras medidas de todos os ditadores é “suprimir a liberdade de imprensa” que é, no fundo, “uma consolidação do poder”.
“E não estou a dizer que o Presidente Trump está a tentar ser um ditador. Estou apenas a dizer que temos de aprender com as lições da história”, explicou. McCain, que foi candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano em 2008, tem criticado Donald Trump com alguma frequência, principalmente nas áreas da política internacional e da segurança.
As declarações do senador do Arizona à NBC surgem em resposta a um tweet publicado por Trump na sexta-feira, no qual o Presidente dos Estados Unidos da América acusa novamente vários órgãos de comunicação norte-americanos de divulgarem falsas notícias, afirmando que são “inimigos do povo americano“.
Carl Bernstein, que ganhou o Prémio Pulitzer pela reportagem sobre o escândalo Watergate, respondeu a Trump no Twitter, dizendo que os ataques do Presidente à imprensa são ainda piores do que as de Nixon. “Quando o foco da imprensa estava no servidor de Hillary, ele via patriotas”, escreveu o jornalista, que recentemente publicou uma biografia de Hillary Clinton.
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