16 de junho de 2022

África enfrentando crise de grãos e fertilizantes


A crise alimentar, a África não tem acesso a grãos e fertilizantes: chefe da União Africana pede o levantamento de sanções contra a Rússia


 

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O Presidente do Senegal e da União Africana, Macky Sall , reuniu-se na sexta-feira com o seu homólogo russo Vladimir Putin e apelou ao levantamento das sanções impostas a Moscow, nomeadamente as que afectam a exportação de trigo e fertilizantes.

Durante o encontro, realizado na cidade de Sochi, o presidente senegalês declarou que “há dois problemas principais: a crise (alimentar) e as sanções. Devemos trabalhar juntos para resolver esses problemas para que as sanções sobre produtos alimentícios sejam suspensas”.

“As sanções contra a Rússia pioraram essa situação e agora não temos acesso a grãos da Rússia, principalmente trigo. E, o mais importante, não temos acesso a fertilizantes. A situação era ruim e agora piorou, criando uma ameaça à segurança alimentar na África”, alertou.

Sall destacou a relação que existe entre a Rússia e os países africanos, lembrando que a nação euro-asiática “desempenhou um papel tremendo na independência do continente africano e isso nunca será esquecido”.

Por sua parte, o presidente Putin ressaltou que seu país sempre apoiou a África e a apoiou em sua luta contra o colonialismo.

“O papel da África no cenário internacional e na arena política em geral está crescendo. Acreditamos que a África no seu conjunto e os seus países, com os quais tradicionalmente partilhamos relações de amizade, têm um enorme potencial e vamos continuar a desenvolver as nossas relações”, enfatizou.

Após o início da operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, os países ocidentais impuseram vários pacotes de sanções contra Moscou. Segundo o presidente russo, essas medidas agravaram a crise alimentar no mundo, afirmando que esse problema começou a ser gerado durante a pandemia.

A Rússia e a Ucrânia juntas respondem por 29% das exportações mundiais de trigo, razão pela qual as nações africanas dependem desse grão.

Especialmente agora que a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertaram para um alto risco de fome em países como Somália, Quênia e Etiópia, devido à seca extrema que estão vivendo.

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