Por Lucas Leiroz de Almeida
Os dias que se seguiram à vitória de Lula estão sendo marcados por protestos em todo o Brasil. As pessoas saíram às ruas para expressar desaprovação contra a eleição do candidato de esquerda e exigir a intervenção dos militares. Os boicotes à economia nacional estão sendo operados por grupos ligados ao agronegócio, como os caminhoneiros envolvidos no transporte de produtos agrícolas. Os apoiadores de Bolsonaro acreditam que as eleições foram manipuladas e esperam que o processo seja totalmente anulado.
As tensões políticas no Brasil aumentam a cada dia. A reação dos eleitores de Bolsonaro escapou rapidamente do controle das autoridades. Os caminhoneiros passaram a ocupar as principais rodovias do país, impedindo o abastecimento das grandes cidades. Então, as principais capitais começaram a ter suas ruas repletas de multidões vestindo camisas com as cores da bandeira brasileira, que, cantando o hino nacional e fazendo saudações patrióticas, exigem a revogação da eleição de Lula.
Em 2 de novembro, a situação começou a ficar ainda mais tensa. Por ser feriado nacional, um número ainda maior de pessoas compareceu aos protestos. O foco passou a ser a concentração de massas à frente das principais unidades militares do país. Os manifestantes pediam a intervenção das Forças Armadas para reverter o resultado das eleições ou assumir o controle do governo.
De fato, as manifestações foram favorecidas pela inércia de Bolsonaro diante de sua derrota. O presidente em exercício ignorou a tradição brasileira segundo a qual o candidato presidencial derrotado deve ligar para o vencedor imediatamente após o anúncio do resultado, para parabenizá-lo. Bolsonaro não apenas ficou em silêncio por dois dias, como também veio a público em 1º de novembro para dizer que não parabenizaria Lula, o que exacerbou ainda mais a polarização política entre os eleitores.
Diante da escalada pró-Bolsonaro e da ausência de ações efetivas das autoridades para retomar o controle sobre as multidões, a vida social começou a ser afetada. As principais universidades do país suspenderam suas atividades, assim como diversas instituições localizadas na zona rural, que são as mais afetadas pela ocupação de estradas promovida por caminhoneiros. Em resposta, movimentos sociais ligados ao Partido Lula, como o MTST (organização de trabalhadores sem-teto), iniciaram um chamado para que seus militantes “liberassem” as estradas, atuando como verdadeiras milícias paralelas.
A violência mútua começou a ganhar contornos preocupantes após um ataque de um motorista pró-Lula na cidade de Mirassol, interior de São Paulo. O motorista dirigiu intencionalmente seu carro atropelando pelo menos dezesseis manifestantes pró-Bolsonaro, ferindo até mulheres e crianças. Outros atos de violência têm sido relatados em muitas regiões, apontando para um cenário pré-conflito civil no Brasil.
Devido ao caos, o Brasil levou as notícias ao redor do mundo, tornando-se um trending topic nas redes sociais. Rumores infundados sobre possíveis movimentos militares para anular as eleições ou realizar um golpe de Estado começaram a circular na internet, gerando ainda mais ansiedade e atrito coletivo entre os cidadãos brasileiros. Bolsonaro voltou a público no dia 2 de novembro para pedir aos caminhoneiros que liberem as estradas, para garantir o abastecimento das cidades. No entanto, ele enfatizou a importância de continuar os protestos pacificamente.
De fato, o problema da polarização política no Brasil não é algo novo. Especialistas comentam sobre esse tema há muito tempo e alertam para sérias consequências se a pacificação social não for alcançada rapidamente. Durante a campanha eleitoral ocorreram vários episódios de violência explícita, incluindo assassinatos, de ambos os lados. Esse tipo de cenário intensifica as tendências ideológicas da população e impede qualquer tipo de análise racional do status quo político do país.
De fato, há décadas o Brasil tem sua arena doméstica dominada por alas que correspondem aos interesses das elites estrangeiras. Por um lado, conservadores liberais de direita , pró-republicanos e sionistas radicais; do outro, progressistas, ambientalistas e pró-democratas de esquerda. Bolsonaro representa o primeiro grupo – não por acaso, tendo recebido apoio de Trump e Netanyahu em 2018 –, enquanto Lula representa o segundo – por isso agora é endossado pela UE, ONGs apoiadas por Soros e governo de Biden.
Ambos os lados atendem a interesses externos e não apresentam propostas concretas para o Brasil. A polarização, nesse sentido, serve justamente para manter o povo inflamado ideologicamente e evitar que candidatos com projetos voltados ao desenvolvimento nacional, e não ao alinhamento externo, ganhem popularidade.
Independentemente do que acontecer com os protestos, a polarização não terminará agora. Certamente, o ódio disruptivo entre os eleitores brasileiros continuará se intensificando nos próximos anos, assim como o anseio popular pelo fim das instituições regulares e por um golpe de estado. Os militares brasileiros parecem comprometidos com a democracia e ignoram os pedidos de intervenção feitos pelos direitistas. No entanto, se a crise de legitimidade chegar a um ponto sem volta e levar o Brasil ao caos absoluto, é possível que um pensamento político mais intervencionista comece de fato a penetrar nos meios militares em um futuro próximo.
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2 comentários:
O LuLa é um idoso incapaz de administrar o Brasil o golpe já foi dado Geraldo Alckmin é o Presidente assim como Biden no EUA
Jaula nesses bóstonaristas lunáticos!
Não gostaram do resultado? Enviem o dedo no orifício anal e rasguem!
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