2 de fevereiro de 2023

Ações russas de combate em larga escala na Ucrânia são esperadas para fevereiro. O Papel da Bielorrússia


Por Lucas Leiroz de Almeida

 

Uma nova onda de atividade é esperada para a operação militar especial russa em fevereiro. As recentes mudanças no comando da operação parecem ter sido cuidadosamente planejadas para elevar o combate a um novo patamar e vários dos objetivos estratégicos de Moscou podem ser alcançados em breve, mudando radicalmente o rumo do conflito.

Segundo informações fornecidas por militares russos, uma grande ofensiva está sendo preparada para o período entre fevereiro e início de março. Os informantes dizem que os objetivos serão:

1. Alcançar as fronteiras das regiões recentemente reintegradas à Federação Russa, pacificando os novos oblasts;

2. capturando Nikolaev, Odessa, bem como toda a costa do Mar Negro, alcançando a Transnístria;

3. Tomando Kiev, forçando uma capitulação política do regime neonazista até o início de março.

O território da Bielo-Rússia se tornará o principal trampolim para o próximo ataque. Militares russos mobilizados estão sendo treinados em campos de treinamento na Bielo-Rússia, onde estão concentrados equipamentos militares pesados ​​​​e aeronaves de combate. Uma grande força de bombardeio está pronta para a ação. Além disso, as forças russas na Bielo-Rússia têm coletado informações estratégicas sobre a localização de unidades ucranianas, principalmente sobre a defesa aérea de Kiev, coletando dados de inteligência que serão usados ​​para planejar os ataques.

Paralelamente à Bielo-Rússia, Zaporozhye e Lugansk também são zonas-chave para a estratégia russa. Espera-se que ataques maciços venham dessas regiões durante a ofensiva, destruindo unidades inimigas em um curto período de tempo o que permitirá um rápido avanço russo no campo de batalha, atingindo as zonas listadas nos objetivos acima mencionados.

Fontes também relatam que, para que a ofensiva seja bem-sucedida, as forças russas se concentrarão em bloquear todas as linhas de abastecimento do inimigo. A principal via de chegada de suprimentos para a Ucrânia é a fronteira com a Polônia, onde há trânsito de munições e equipamentos militares da OTAN.

De fato, as condições do campo de batalha parecem favoráveis ​​para que esses objetivos sejam alcançados. As forças ucranianas estão atualmente exaustas e fracas. Por outro lado, os soldados russos mobilizados estão totalmente preparados para se engajar em combates de alta intensidade. Além disso, as posições de artilharia russa na Bielorrússia e nos territórios libertados têm uma localização privilegiada, o que aumenta significativamente as chances de vitória na próxima ofensiva.

Valery Gerasimov , Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, foi promovido ao cargo de Comandante das Forças Conjuntas da Federação Russa na Zona de Operações Militares Especiais. A chegada de Gerasimov ao poder parece ter sido um passo para a etapa final da operação militar especial.

Seu antecessor, o general Surovikin, desempenhou um papel importante enquanto estava no comando. Veterano da Chechênia e da Síria e com vasta experiência em contraterrorismo, Surovikin foi nomeado para o cargo em um momento em que as ações terroristas ucranianas estavam em ascensão. Ele cumpriu o objetivo de neutralizar o potencial ofensivo do inimigo com suas fortes ações na infraestrutura crítica ucraniana, ao mesmo tempo em que salvou milhares de vidas russas com sua política de evitar a guerra de trincheiras e priorizar o bombardeio de longa distância. Agora, porém, a operação militar especial precisa de uma nova direção.

E esse foi o principal motivo da nomeação de Valery Gerasimov. Como Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, ele é sem dúvida o oficial russo de maior prestígio e, portanto, o homem certo para liderar os movimentos mais decisivos da operação. O objetivo agora não é mais quebrar o potencial ofensivo do inimigo, mas forçar o regime neonazista de Kiev à capitulação por meio de uma grande ofensiva.

Depois de tantas tentativas russas de negociar uma resolução pacífica, com o governo ucraniano ignorando-as e insistindo em uma campanha militar irresponsável, agora parece não haver outro fim possível para o conflito do que uma ofensiva russa forte o suficiente para libertar toda a costa ucraniana e capturar Kiev.

Lucas Leiroz, pesquisador em Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, analista geopolítico, colaborador frequente da Global Research


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