Desvinculando-se do comércio dominado pelo dólar: contornando as sanções dos EUA. Cooperação Energética Irã-Venezuela
Entrevista PressTV
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rã e Venezuela estão prestes a entrar em uma nova era para combater as sanções dos EUA. Sua cooperação na produção de hidrocarbonetos, bem como no comércio, pode ajudá-los a se desvincular gradualmente das sanções ocidentais.
Uma ideia apresentada nesta entrevista é a saída conjunta da economia comercial dominada pelo dólar, vendendo sua gasolina e gás em uma ou mais moedas diferentes do dólar americano ou mesmo do euro. Idealmente, eles podem querer se juntar ao movimento russo de vender gás por rublos em vez de dólares americanos.
Essa iniciativa russa, é claro, foi uma grande “explosão” na Europa e em outras partes do mundo, mas a maioria dos países acabou aceitando esse novo modo de pagamento – totalmente desvinculado do dólar americano e seu irmão mais novo, o euro.
É um afastamento do sistema de transferência SWIFT que torna os países vulneráveis a sanções, porque usando SWIFT – o modo de pagamento ocidental – todas as transferências precisam transitar por bancos dos EUA, aumentando assim a vulnerabilidade a interferências ou sanções ocidentais, principalmente dos EUA.
Afinal, ainda hoje 84% de toda a energia utilizada no mundo provém de hidrocarbonetos, em comparação com cerca de 87% no ano 2000. E isso apesar de muito se falar em evitar petróleo e gás, a Agenda Climática de Paris e, especialmente, propagar um Green Agenda – palavras vazias, manipulando a mente das pessoas para uma nova forma de capitalismo.
Outra estratégia que ambos os países estão considerando ativamente é desvincular cada vez mais seu comércio do oeste e orientar suas economias para o leste, ou seja, a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), a União Econômica da Eurásia (EAEU), a Associação de Nações do Sul da Ásia ( ASEAN), unindo 11 países asiáticos, além de Rússia e China. No início deste ano, o Irã foi admitido como membro da SCO.
Essas economias do bloco oriental, juntas, representam cerca de 50% da população da Mãe Terra e pelo menos um terço do PIB mundial. Tornar-se parte desta união é definitivamente um passo decisivo para a dominação ocidental e as sanções dos EUA.
Veja a entrevista de Peter Koenig (PressTV-PK – vídeo 12 min – 3 de maio de 2022) abaixo.
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Peter Koenig é analista geopolítico e ex-economista sênior do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde trabalhou por mais de 30 anos em água e meio ambiente em todo o mundo. Ele leciona em universidades nos EUA, Europa e América do Sul. Ele escreve regularmente para jornais online e é autor de Implosion – An Economic Thriller about War, Environmental Destruction and Corporate Greed; e coautora do livro de Cynthia McKinney “When China Sneezes: From the Coronavirus Lockdown to the Global Politico-Economic Crisis” ( Clarity Press – 1 de novembro de 2020).
Peter é pesquisador associado do Center for Research on Globalization (CRG). Ele também é membro sênior não residente do Instituto Chongyang da Universidade Renmin, em Pequim.
A imagem em destaque é da OneWorld
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