29 de agosto de 2022

China e a intervenção nas condições do clima

 

China está implantando dois enormes drones para semear chuva em meio a uma seca recorde que tomou metade do país e atingiu a atividade econômica


Por Huileng Tan

A China implantou dois enormes drones para semear nuvens na província de Sichuan, no sudoeste, onde uma seca histórica afetou a produção de energia hidrelétrica.

A medida ocorre em meio a uma onda de calor recorde que envolveu partes da China, cobrindo quase metade do país, de acordo com seu Centro Nacional de Clima. A situação é particularmente pronunciada em Sichuan, um grande produtor de energia hidrelétrica que abastece cidades como Jiangsu e Xangai, que ficam a mais de 1.600 quilômetros de distância.

Para melhorar a situação, os dois drones implantados na quinta-feira cobrirão uma área em Sichuan com 2.317 milhas quadradas, de acordo com a CCTV estatal. A operação de semeadura de nuvens será realizada até segunda-feira.

O Diário do Povo, de propriedade do Partido Comunista, também relatou a notícia.

O clima extremo, que persiste há mais de 70 dias, começa a pesar na atividade industrial e no crescimento econômico da China.

Desde o início de agosto, as usinas hidrelétricas em Sichuan estão operando abaixo de 50% de sua capacidade normal, informou a mídia chinesa Caixin na terça-feira. Isso levou a cortes de energia em Sichuan, levando a gigante automotiva Toyota e a fornecedora da Apple Foxconn a suspender as operações.

O clima seco também prejudicou as colheitas e pode prejudicar a colheita do outono, levando a China a competir pelas exportações dos mercados internacionais e elevando os já altos preços dos alimentos.

Embora a seca pareça severa, ainda é melhor do que no ano passado, quando os cortes de energia foram mais generalizados, observou a economista-chefe do ING para a Grande China, Iris Pang.

“Ainda não vimos a suspensão de fábricas nas principais cidades, o que é um alívio para o governo, pois a economia já está fraca”, escreveu Pang em nota de quinta-feira, estimando que a escassez de energia tenha impactado cerca de 1% do PIB da China até agora.



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